quinta-feira, 24 de abril de 2008

Ninguém tem a obrigação
De criar nada não

Mas é que os caras escrevem tão bem
Que dá vontade de fazer também
Parece que eu tô ficando pra trás na faculdade. Eu não mais consigo sentar o rabo na cadeira e passar horas estudando matérias que são interessantes, mas não a minha paixão. E às vezes nem matérias que são a minha paixão eu tenho estudado por achar o professor arrogante e que, além disso, ele não tem mais nada pra me oferecer, ou mais nada, nada que eu já não saiba. Pô, às vezes o cara que ta ali na frente dá a impressão de que ele tem certeza que nós somos tremendos boçais, que a gente não tem uma cabeça pra pensar. Claro que muitas vezes isso é fruto da minha imaginação, mas é que eu tenho posto defeito, implicado com tudo mesmo. Além dessas implicâncias, eu também tenho implicado com as matérias que sou apaixonada e o professor me faz gostar mais ainda. Fico achando que eles teorizam demais, falam demais. Passam horas teorizando sobre literatura e não fazem literatura de fato. Isso me irrita um pouco. Como que eles não têm vontade de criar uma coisa só deles? Uma obra deles, falando tudo sob o ponto de vista deles, a opinião deles, contando o caminho deles. Ler, analisar, interpretar a obra de outros é bom, bom pra caralho e ajuda a gente e faz a gente aprender e tudo, mas chega uma hora que a gente sente vontade de fazer uma coisa só nossa, mesmo que a gente imite o estilo de escrever do nosso escritor predileto ou roube um pouquinho de cada, chega uma hora que dá vontade de fazer aquilo também. Enfiar a mão na massa que nem eles. Não dá pra ficar só teorizando. It sucks, enche o saco. Não sei como eles conseguem. Pelo menos eu não consigo.
Hoje, lendo um jornalzinho que eu ganhei no shopping sobre o filme Maré – Nossa História de Amor achei um textinho que era exatamente o que eu sempre pensei sobre certas letras de funk mas não conseguia dizer direito.
Aí vai ele:

“Deize (Tigrona), que canta num baile funk no filme sua mais conhecida música, ‘Injeção’, representou uma grande revolução no mundo funk, anteriormente dominado pelos homens. Tímida, ela aparenta a o oposto de suas músicas, nas quais o sexo é tratado com uma naturalidade que espanta até as mulheres ‘moderninhas’ e ‘antenadas’. E é ela mesma que diz que a entrada das mulheres no mundo funk significou uma mudança temática da guerra das facções para o sexo e as relações homem/mulher. É nesse baile, no qual Deize canta, que o casal de protagonistas se encontra pela primeira vez.

Pô, é isso que eu sempre pensei, era exatamente isso que eu sempre quis dizer, mas não conseguia. O funk é exatamente isso. É essa liberdade ou libertação de dizer o que se tem vontade, dizer exatamente do jeito que se fala por aí, dó jeito que se pensa ou conta pros amigos. O funk não é só negação dos valores asfálticos em que se faz tudo em nome da moral e dos bons costumes, é libertação também.

quarta-feira, 23 de abril de 2008

Som de Preto

É som de preto de favelado
mas quando toca ninguém fica parado.
O nosso som não tem idade, não tem raça
E nem vê cor
Mas a sociedade pra gente não dá valor
Só querem nos criticar pensam que somos animais
Se existia o lado ruim hoje não existe mais
Porque o funkeiro de hoje em dia caiu na real
Essa história de porrada isso e coisa banal
Agora pare e pense, se ligue na responsa
Se ontem foi a tempestade hoje vira abonança
É som de preto
De favelado
Mas quando toca ninguém fica parado
Porque a nossa união foi Deus quem consagrou
Amilke e Chocolate a new funk demorou
E as mulheres lindas de todo o Brasil
Só dança da bundinha pode crer que é mais de mil
Libere o seu corpo vem pro funk vem dançar
Nessa nova sensação que você vai se amarrar
Então eu peço liberdade para todos nós Dj's
Porque no funk reina paz e o justo é nosso rei.

(Amilke e Chocolate)