terça-feira, 13 de maio de 2008
terça-feira, 6 de maio de 2008
quinta-feira, 1 de maio de 2008
Coisa de momento
Eu e meu avô íamos conversando enquanto assistíamos “Qual é a música?”. Eu reclamava do Sílvio Santos, perguntava pro meu avô como é que ele podia assistir aquilo tendo tanta coisa mais interessante pra ver na net. Ele dizia que não ligava pras outras coisas, que ele gostava de net só pra ver mesmo o futebol.
Eu também não entendia como é que o Sílvio Santos podia ser tão rico, ganhar tanto dinheiro dando uma de papai Noel e distribuindo dinheiro pra todo mundo. Quem tava na platéia saía de lá pelo menos com uns cinqüentinha no bolso. Meu avô me dizia que o grande negócio era o carnê do baú, aquilo é que dava mesmo a grana, além, claro, de todas as outras parafernalhas lucrativas como os comerciais de tevê e tal. Então a gente ia conversando enquanto tentava adivinhar de vez em quando qual era a música ou ria das presepadas toscas do Sílvio Santos, que se achava muito.
Só que de repente, deu-se um silêncio súbito. Ele parou de falar e eu também me calei, cogitando se eu contava ou não pra ele o que tinha acontecido. Só que o silêncio e a falta de assunto já tavam me deixando sem graça. Além do mais, era melhor contar logo do que ser descoberta, logo o cheiro começaria a se espalhar pelo ambiente e me denunciar: “Ah, vou contar sim, foda-se.”
- Vô.
- Hein?
- Peidei, tá?
- Pô, Carolina, sua porca! Você não tem mais o que fazer não?
- Ah, vô, não é culpa minha não, foi o feijão.
- Pô, vê se maneira no feijão né, Carolina. Come menos pô.
- Ai eu não consigo, feijão é muito bom.
De repente o meu avô põe a mão no nariz e fala com a mão abafando a voz:
- Cassetada! Agora que eu senti. Tá podre hein! Urubu, comeu carniça?
- Não, só um feijãozinho. – respondo rindo.
- Pô, vai pro banheiro, sua podre. Quer me matar aqui?
- Vô?
- .... (Nenhuma resposta do meu avô, que já tava puto)
- Vô, você é tão certinho que nem peida, né?
- Não, senhora, negativo, não vem com esse papo não. – responde ele indignado- Eu não fico fazendo essas faltas de educação na frente dos outros não, lugar de peidar é no banheiro. Ninguém é obrigado a ficar sentindo o cheiro das minhas ventosidades não. Lugar disso é no banheiro. Não sou que nem você não, porca.
- Ah, vô!
- Ah, vô uma conversa. Vai soltar suas ventosidades lá dentro vai.
- Não, vô, já parei. Não briga mais não.
- Eu hein, me admira você, uma moça, ficar fazendo essas coisas.
- Ih, vô, que frescura, mulher também peida, você é que pensa que não.
- Não é nada disso.
- É sim, vô. Pô, não vê a minha avó? Quando começa, caraca, sai de baixo, ela impregna o ambiente. Ainda mais que ela fica a noite inteira vendo televisão e comendo besteira.
- Não fala assim da sua avó não, vamo mudar de assunto.
- Ah... tá.
Eu também não entendia como é que o Sílvio Santos podia ser tão rico, ganhar tanto dinheiro dando uma de papai Noel e distribuindo dinheiro pra todo mundo. Quem tava na platéia saía de lá pelo menos com uns cinqüentinha no bolso. Meu avô me dizia que o grande negócio era o carnê do baú, aquilo é que dava mesmo a grana, além, claro, de todas as outras parafernalhas lucrativas como os comerciais de tevê e tal. Então a gente ia conversando enquanto tentava adivinhar de vez em quando qual era a música ou ria das presepadas toscas do Sílvio Santos, que se achava muito.
Só que de repente, deu-se um silêncio súbito. Ele parou de falar e eu também me calei, cogitando se eu contava ou não pra ele o que tinha acontecido. Só que o silêncio e a falta de assunto já tavam me deixando sem graça. Além do mais, era melhor contar logo do que ser descoberta, logo o cheiro começaria a se espalhar pelo ambiente e me denunciar: “Ah, vou contar sim, foda-se.”
- Vô.
- Hein?
- Peidei, tá?
- Pô, Carolina, sua porca! Você não tem mais o que fazer não?
- Ah, vô, não é culpa minha não, foi o feijão.
- Pô, vê se maneira no feijão né, Carolina. Come menos pô.
- Ai eu não consigo, feijão é muito bom.
De repente o meu avô põe a mão no nariz e fala com a mão abafando a voz:
- Cassetada! Agora que eu senti. Tá podre hein! Urubu, comeu carniça?
- Não, só um feijãozinho. – respondo rindo.
- Pô, vai pro banheiro, sua podre. Quer me matar aqui?
- Vô?
- .... (Nenhuma resposta do meu avô, que já tava puto)
- Vô, você é tão certinho que nem peida, né?
- Não, senhora, negativo, não vem com esse papo não. – responde ele indignado- Eu não fico fazendo essas faltas de educação na frente dos outros não, lugar de peidar é no banheiro. Ninguém é obrigado a ficar sentindo o cheiro das minhas ventosidades não. Lugar disso é no banheiro. Não sou que nem você não, porca.
- Ah, vô!
- Ah, vô uma conversa. Vai soltar suas ventosidades lá dentro vai.
- Não, vô, já parei. Não briga mais não.
- Eu hein, me admira você, uma moça, ficar fazendo essas coisas.
- Ih, vô, que frescura, mulher também peida, você é que pensa que não.
- Não é nada disso.
- É sim, vô. Pô, não vê a minha avó? Quando começa, caraca, sai de baixo, ela impregna o ambiente. Ainda mais que ela fica a noite inteira vendo televisão e comendo besteira.
- Não fala assim da sua avó não, vamo mudar de assunto.
- Ah... tá.
quinta-feira, 24 de abril de 2008
Parece que eu tô ficando pra trás na faculdade. Eu não mais consigo sentar o rabo na cadeira e passar horas estudando matérias que são interessantes, mas não a minha paixão. E às vezes nem matérias que são a minha paixão eu tenho estudado por achar o professor arrogante e que, além disso, ele não tem mais nada pra me oferecer, ou mais nada, nada que eu já não saiba. Pô, às vezes o cara que ta ali na frente dá a impressão de que ele tem certeza que nós somos tremendos boçais, que a gente não tem uma cabeça pra pensar. Claro que muitas vezes isso é fruto da minha imaginação, mas é que eu tenho posto defeito, implicado com tudo mesmo. Além dessas implicâncias, eu também tenho implicado com as matérias que sou apaixonada e o professor me faz gostar mais ainda. Fico achando que eles teorizam demais, falam demais. Passam horas teorizando sobre literatura e não fazem literatura de fato. Isso me irrita um pouco. Como que eles não têm vontade de criar uma coisa só deles? Uma obra deles, falando tudo sob o ponto de vista deles, a opinião deles, contando o caminho deles. Ler, analisar, interpretar a obra de outros é bom, bom pra caralho e ajuda a gente e faz a gente aprender e tudo, mas chega uma hora que a gente sente vontade de fazer uma coisa só nossa, mesmo que a gente imite o estilo de escrever do nosso escritor predileto ou roube um pouquinho de cada, chega uma hora que dá vontade de fazer aquilo também. Enfiar a mão na massa que nem eles. Não dá pra ficar só teorizando. It sucks, enche o saco. Não sei como eles conseguem. Pelo menos eu não consigo.
Hoje, lendo um jornalzinho que eu ganhei no shopping sobre o filme Maré – Nossa História de Amor achei um textinho que era exatamente o que eu sempre pensei sobre certas letras de funk mas não conseguia dizer direito.
Aí vai ele:
“Deize (Tigrona), que canta num baile funk no filme sua mais conhecida música, ‘Injeção’, representou uma grande revolução no mundo funk, anteriormente dominado pelos homens. Tímida, ela aparenta a o oposto de suas músicas, nas quais o sexo é tratado com uma naturalidade que espanta até as mulheres ‘moderninhas’ e ‘antenadas’. E é ela mesma que diz que a entrada das mulheres no mundo funk significou uma mudança temática da guerra das facções para o sexo e as relações homem/mulher. É nesse baile, no qual Deize canta, que o casal de protagonistas se encontra pela primeira vez.
Pô, é isso que eu sempre pensei, era exatamente isso que eu sempre quis dizer, mas não conseguia. O funk é exatamente isso. É essa liberdade ou libertação de dizer o que se tem vontade, dizer exatamente do jeito que se fala por aí, dó jeito que se pensa ou conta pros amigos. O funk não é só negação dos valores asfálticos em que se faz tudo em nome da moral e dos bons costumes, é libertação também.
Aí vai ele:
“Deize (Tigrona), que canta num baile funk no filme sua mais conhecida música, ‘Injeção’, representou uma grande revolução no mundo funk, anteriormente dominado pelos homens. Tímida, ela aparenta a o oposto de suas músicas, nas quais o sexo é tratado com uma naturalidade que espanta até as mulheres ‘moderninhas’ e ‘antenadas’. E é ela mesma que diz que a entrada das mulheres no mundo funk significou uma mudança temática da guerra das facções para o sexo e as relações homem/mulher. É nesse baile, no qual Deize canta, que o casal de protagonistas se encontra pela primeira vez.
Pô, é isso que eu sempre pensei, era exatamente isso que eu sempre quis dizer, mas não conseguia. O funk é exatamente isso. É essa liberdade ou libertação de dizer o que se tem vontade, dizer exatamente do jeito que se fala por aí, dó jeito que se pensa ou conta pros amigos. O funk não é só negação dos valores asfálticos em que se faz tudo em nome da moral e dos bons costumes, é libertação também.
quarta-feira, 23 de abril de 2008
Som de Preto
É som de preto de favelado
mas quando toca ninguém fica parado.
O nosso som não tem idade, não tem raça
E nem vê cor
Mas a sociedade pra gente não dá valor
Só querem nos criticar pensam que somos animais
Se existia o lado ruim hoje não existe mais
Porque o funkeiro de hoje em dia caiu na real
Essa história de porrada isso e coisa banal
Agora pare e pense, se ligue na responsa
Se ontem foi a tempestade hoje vira abonança
É som de preto
De favelado
Mas quando toca ninguém fica parado
Porque a nossa união foi Deus quem consagrou
Amilke e Chocolate a new funk demorou
E as mulheres lindas de todo o Brasil
Só dança da bundinha pode crer que é mais de mil
Libere o seu corpo vem pro funk vem dançar
Nessa nova sensação que você vai se amarrar
Então eu peço liberdade para todos nós Dj's
Porque no funk reina paz e o justo é nosso rei.
(Amilke e Chocolate)
mas quando toca ninguém fica parado.
O nosso som não tem idade, não tem raça
E nem vê cor
Mas a sociedade pra gente não dá valor
Só querem nos criticar pensam que somos animais
Se existia o lado ruim hoje não existe mais
Porque o funkeiro de hoje em dia caiu na real
Essa história de porrada isso e coisa banal
Agora pare e pense, se ligue na responsa
Se ontem foi a tempestade hoje vira abonança
É som de preto
De favelado
Mas quando toca ninguém fica parado
Porque a nossa união foi Deus quem consagrou
Amilke e Chocolate a new funk demorou
E as mulheres lindas de todo o Brasil
Só dança da bundinha pode crer que é mais de mil
Libere o seu corpo vem pro funk vem dançar
Nessa nova sensação que você vai se amarrar
Então eu peço liberdade para todos nós Dj's
Porque no funk reina paz e o justo é nosso rei.
(Amilke e Chocolate)
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