segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

Aqui em Praia Seca eu não tenho feito quase nada além do meu trabalho da facul. Então, quando não estou fazendo o meu trabalho que é quase nunca porque eu enrolo horrores, eu tenho basicamente cuidado do corpo. Vou à praia, pego um bronzeado, como salada, tomo banho com a água daqui que é da chuva, passo hidratante no corpo, respiro ar puro, caminho de manhã lá em cima na rua em frente a praia e caminho na areia. Gente, como é bom caminhar na areia! A bunda fica durinha. Eu pensava que isso era papo furado do povo, mas não é não, fica mesmo. Faz séculos que eu não vejo a minha bunda assim, tão empinadinha. Tô tão orgulhosa dela que toda hora dou uma passadinha em frente ao espelho e levanto a saia pra olhar. Ó que bundinha fofa que eu tenho. Ai... Putz, é bom e tudo mas tem uma hora que enche o saco. É que nem quando você sai toda arrumadinha, parecendo uma almofadinha estofada, e não quer se mexer pra não amassar a roupa. No começo é divertido, você se sente toda bonitona e tudo mas chega uma hora que não dá mais, você cansa de ficar com a coluna reta e o batom impecável no lábio. Quando eu fico assim, parada que nem uma estátua, parece que não sou eu mesma, sei lá... Eu fico imaginando essas mulheres que vivem do corpo... meu deus, coitadas... como elas agüentam? É bom, bom pacas se sentir bonita e se cuidar, mas ficar fazendo só isso dá no saco de qualquer um. Cansa porque chega um momento em que você sente que ta faltando alguma coisa. É vazio. Agora eu entendo quando a Clarah fala das coisas afundadas em futilidade que não têm um pingo de alma.

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